sexta-feira, 21 de novembro de 2008

É impressionante como no Brasil apenas algumas profissões dão status. E o que é pior: as pessoas abdicam completamente de suas vocações para tentarem fazer parte de uma minoria opressora e esnobe. Uma pesquisa realizada pela Comissão de Ensino Jurídico do Conselho Federal da OAB no ano de 2006, revelou que em nosso país existiam, até a data da pesquisa, UMA MIL E TRÊS faculdades de cursos de Direito em funcionamento.
Somente no estado de São Paulo o número de cursos em atividades (no ano de 2006) era de duzentos e vinte e dois. Se você não tem idéia se esse número é alto ou não, em todos os Estados Unidos, que têm uma população com mais de cem milhões de habitantes acima da população brasileira, a quantidade de escolas de direito é de duzentas e cinco. Ou seja, um único estado tupiniquim tem mais cursos de direito do que a nação mais influente do mundo.
Então, como explicar o alto número de formandos em direito num país de terceiro mundo? Simples. A oportunidade de tornar-se um ser privilegiado, recebendo um salário bem mais elevado que o das demais profissões e ainda cercado de regalias e imunidades.
Falo isso porque é absurda a falta de censo da maior parte das pessoas, que acham que só poderão ter oportunidades de sucesso profissional ao se tornarem bacharéis em direito. Esse fato se deve também a legislação caduca e parcial existente no Brasil. Ela permite a juízes, promotores, desembargadores e delegados, dentre outros, enormes privilégios e, em muitos casos, a impunidade. Você sabia que a pena máxima aplicada a um juiz de direito é a aposentadoria compulsória, dependendo do tipo de erro que ele tenha cometido?
Mas por que falar sobre essas coisas? A voz do povo é a voz de Deus. Se Calypso faz mas sucesso que Chico César, é óbvio que é melhor. Deixemos essas divagações para lá; chega de agir errado. Façamos direito.