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A boca abertaExibia o último sorriso.- Partiu dessa pra melhor.E o novo sinal na faceServia de tatuagemPara corroboraçãoDo derradeiro atestado.A noite segue frescaE o cadáver também.Claytonabr.2010
Começa novamente a devoção:ESCREVER PARA NINGUÉM.Olhos espremidos na parca faixa de luz.O tronco curvado,A mão cansada,O tronco pesado.Escrever para que?O pensamento já está confuso,O peito já foi gasto,Certeza do ato insensato.E o silêncio compondo a trilha sonora.Desiste, solitário companheiro.Tua voz já está rouca,Tua orelha está mouca,Tua mão não tem mais tato.Terminou o atocontato entre tinta e substrato.Ausência de um parto.Agora, de fato,Acabou-se o extrato.ClaytonRecife, fev. 2010.