quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Diz. Dizia. Dirá?

Dizalenda que havíamos. Em uma terra distante e utópica, um universo paralelo onde a música com conteúdo tem importância, gritávamos nossos be-a-bás musicoliterários a ouvidos poucos.

Dizalenda que resistiríamos. Que de dentro daquilo tudo, transbordava a espuma densa e imprecisa da poesia. Que todas as florestas negras, com seus sons horripilantes, dispersariam uma névoa de dúvida, para confundir os olhos daqueles mais desavisados. Que haveria deglutição do som, digestão das letras e assimilação dos "musicocerebronutrientes".


Dizalenda que resistiremos.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ah, tá!
Não sei o que faz diferença
Quando se está acordado
Nas madrugadas secas e solitárias.
Os lábios prendem o riso,
Por não acreditar em outra coisa.
Comédia sem graça.
Humor negro.
Eu sou filho do preconceito.

Dizalenda

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Síncope

Mistura de cheiros;
Confusão de sons;
Rápidos corpos nem sempre animados;
Estaca no meio do caminho.
Ofertas para todos os gostos;
Sem sentido.
Sente-se muito.
Poluição sonora e visual;
Uréia nas narinas;
Falta de educação.
Nada faz sentido.
(O que depserta os sentidos?)
Estaca no meio do caminho.
Paladar deseja sabores,
Gosto de cerveja.
- 'Cê veja bem!
Bem vinda seja
Toda a sensação de bem estar
Onde o prazer vai e vem.
O tato,
Mero coadjuvante principal,
Crava a estaca na esquina da Rua do Hospício
Com a Conde da Boa Vista.
O poeta perdeu os sentidos.

Clayton Souza
Eu sou um fruto passado
Ignorado pelo teu olhar verde.
Clayton Souza 08.out.2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ESCREVER PARA NINGUÉM
TAMBÉM EXIGE DEDICAÇÃO.


25.09.2009
00:13

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Engradado


Entre grades,
Sob a luz da lua,
Vislumbrei teu nome...


Clayton Souza
Foto: Patricia Souza
Edição/layout/idéia: Clayton

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Foto:Clayton Souza Edição:Patricia Souza


Hoje não tem postagem.
Poeta de luto por
haver descoberto a poesia morta.

Clayton

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

FIM

No começo era um tangram
Formas e tamanhos diferentes
Que com perspicácia se encaixavam
Dando beleza ao conjunto

No começo era um arco-íris
Cores em paralelo
Realçando umas as outras
Dando beleza ao conjunto

No começo era um balé
Gestos complementares
Individualmente exibidos
Dando beleza ao conjunto

Depois do começo foi um Rorschach
Mesmo com simetria
Cada ponto tournou-se um ponto
Retirando a beleza do conjunto


Clayton Souza

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Eu escrevi uns versos.
Sem métrica, sem rimas, sem nexos.
Mas eram versos.
Ou, pelo menos, eu achava que fossem versos.
Motivo de orgulho
De erguer a cabeça acima da multidão.
Quiçá uma carreira literária estava à minha espera...
Neruda, Bandeira...todos tiveram sua primeira vez
Venceram a timidez e mudaram conceitos.
Eufórico, bebi.
Acabei esquecendo onde larguei os versos que escrevi naquela noite.
Mas não importava.
Naquela noite eu havia escrito versos.
Amanhã, quando acordasse, iria procurá-los.
Naquela noite o importante era comemorar.
Enchi a cara.
Eu escrevera uns versos. Estava nascendo um poeta.
No dia seguinte, qual o quê?
Revirei papéis, rasguei cartas, queimei os rascunhos...
Quase toquei fogo na casa.
E me perdoem os leitores
Eu perdi
A porra dos versos que escrevi.

Clayton Souza
08/04/2008
Recife-PE

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sou poeta!
Sou poeta, sim senhor!
Poeta de cooperativas.
Poeta de coletâneas.
Poeta de blog.
Poeta de bar.
Poeta de ambiente familiar.
Sou poeta porque espalho palavras
Mesmo quando estou paraliticamente mudo.

Clayton Souza.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cegueira

Foi um lume intenso.
Quando vi
estava
cegamente
apaixonado.

Clayton Souza. 28/07/09
ERA UM SONO DANADO.
SÓ OS SONHOS O MANTINHAM ACORDADO.

Clayton Souza. Junho/2009

sábado, 13 de junho de 2009

O PASSADO PASSEIA PELA MENTE
NOS TRAZENDO ATÉ CERTA RIQUEZA
MAS POR FIM SÓ CONFIRMA A CERTEZA
DE QUE TUDO TEM FIM FUTURAMENTE
APROVEITE AGORA O TAL PRESENTE
QUE É O TEMPO QUE TRAZ A ESPERANÇA
EXECUTE COM TODA A CONFIANÇA
TUDO AQUILO QUE TENHA DE FAZER
NO PRESENTE O PRESENTE PODE SER
O MOMENTO DE SE FAZER MUDANÇA

Clayton Souza
LÊ!
que eu te escrevo.

ARTE

Arte (Latim ARS, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores. [Wikipedia]

A arte confinada entre quatro paredes.
O preço imposto pelo egoísmo.
O talento encarcerado pelo medo.
E a gargalhada das cédulas ecoando:
"Eu sou artistahahahahahah..."


Clayton Souza 13/06/2009.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Teve curta carreira literária.
Era escritora de microcontos.

Clayton 21/05/2009
Há alguns instantes descobri o que é microconto.
Agora percebo que sou um microescritor.
Daqui a pouco, terei atingido o microssucesso?

Clayton 20/05/2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

MÃE.
Palavra que transcende todas as classes gramaticais
E maternalmente mãetem mãegia.
MÃE.
E não precisa dizer mãe nada.

quarta-feira, 29 de abril de 2009




Para beleza, Michelangelo usou as mãos;
Parabelo nas mãos do Ten. João Bezerra, pintou-se miséria;
Belas palavras na boca de Rui Barbosa;
Barrosamente, Vitalino embelezou o mundo sem palavras.
- PARLA!
...
(Clayton Souza)



"Que não é o que não poder ser."
(Arnaldo Antunes)
USAR O BLOG COMO HABITAÇÃO PERMANENTE...
ABRIGO DE MINHAS INSPIRAÇÕES.
USAR O BLOG COMO UMA CAVERNA INÓSPITA...
REFÚGIO DE MINHAS IDÉIAS.
USAR O BLOG COMO CONFIDENTE...
PARCEIRO DOS MEUS DESVARIOS.
E AS PALAVRAS?! O QUE FAZER COM ELAS?
QUANDO A CONEXÃO NÃO É AUTOMÁTICA,
AS VEZES, ELAS SE PERDEM...

Clayton Souza

terça-feira, 21 de abril de 2009


Flutuações de amor, sorrisos inexplicáveis, cabelos voadores numa brisa de mar, hálitos frescos de beijo, arrepios de cheiros na nuca, músicas espontâneas para cantarolar enquanto você estiver andando pelo centro, ninguém batendo na porta quando estiver "afinzão" de ficar só, gentilezas ditas por estranhos que nunca mais cruzarão com você, o abanar do rabo de um cão vira-latas acompanhado daquele olhar que SÓ ELES sabem dar, cinco entardeceres perfeitos num período de um ano, um cheiro inconfundível de infância, olhares interessantes, displicentes e gratuitos, às vezes parar tudo pra um nada limpar a mente, nadar no mar pra tudo voltar pros eixos, maresia de algas, cantiga de grilo, paz pra fora e pra dentro, caracóis no caminho pra parar e esperar passar, versos mudos, uma quarta corda de reserva pra tocar de novo, velhos sentires, novos prismas, céu, pedra pra jogar no espelho d'água, ouvido apurado na radiola, vida, vida, vida...

Patrícia Alves

Desenho do Paint: Ariadne Souza

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Torrente

Pingos de amor
Escorrem vida a dentro
O tempo goteja na ampulheta
Vazante de lágrimas
Dos olhos já não mais serenos
Já não mais seremos
O transbordo úmido
Escape translúcido
Imperceptível
Gotas de dor
Gostas de nada
Gastas saliva
Cortas os pulsos
Patrícia Alves
Foto: homônima

"Quando se deseja escrever, escreve-se.
A única maneira de aprender a escrever é escrevendo.
Porque é assim que se faz.
Porque não existe outra maneira. Nenhuma outra maneira.
Diligência compulsiva é quase suficiente. Mas não basta. É preciso
ter gosto pelas palavras. Gula. É preciso querer rolar nelas. É preciso
ler milhões delas escritas por outras pessoas.
Lê-se tudo com grande inveja ou fatigado desdém."
JOHN D. MACDONALD
Foto: Clayton Souza

quinta-feira, 16 de abril de 2009


Um blog, as vezes, é como um brinquedo novo.
No início torna-se o predileto, o mais querido, o mais brincado
.
Com o sério passar do tempo
Ele vai se tornando menos lembrado;
Vai deixando de ser o foco das atenções.
Pois é.
Para que ter um blog que ninguém lê?
E o pior:
Ninguém escreve.
Assim, como os nossos escritos,
O inclemente provedor tempo vai brincando com o blog...
Até a chegada de um novo brinquedo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Na tarde cinzenta
Notas musicais amareladas
Pelo tédio encarnado

Olinda, 03.02.2009
Clayton Souza