skip to main |
skip to sidebar
FIM
No começo era um tangram
Formas e tamanhos diferentes
Que com perspicácia se encaixavam
Dando beleza ao conjunto
No começo era um arco-íris
Cores em paralelo
Realçando umas as outras
Dando beleza ao conjunto
No começo era um balé
Gestos complementares
Individualmente exibidos
Dando beleza ao conjunto
Depois do começo foi um Rorschach
Mesmo com simetria
Cada ponto tournou-se um ponto
Retirando a beleza do conjuntoClayton Souza
Eu escrevi uns versos.
Sem métrica, sem rimas, sem nexos.
Mas eram versos.
Ou, pelo menos, eu achava que fossem versos.
Motivo de orgulho
De erguer a cabeça acima da multidão.
Quiçá uma carreira literária estava à minha espera...
Neruda, Bandeira...todos tiveram sua primeira vez
Venceram a timidez e mudaram conceitos.
Eufórico, bebi.
Acabei esquecendo onde larguei os versos que escrevi naquela noite.
Mas não importava.
Naquela noite eu havia escrito versos.
Amanhã, quando acordasse, iria procurá-los.
Naquela noite o importante era comemorar.
Enchi a cara.
Eu escrevera uns versos. Estava nascendo um poeta.
No dia seguinte, qual o quê?
Revirei papéis, rasguei cartas, queimei os rascunhos...
Quase toquei fogo na casa.
E me perdoem os leitores
Eu perdi
A porra dos versos que escrevi.
Clayton Souza
08/04/2008Recife-PE
Sou poeta!Sou poeta, sim senhor!Poeta de cooperativas.Poeta de coletâneas.Poeta de blog.Poeta de bar.Poeta de ambiente familiar.Sou poeta porque espalho palavrasMesmo quando estou paraliticamente mudo.Clayton Souza.